sábado, 23 de julho de 2011
E o sonetista escreve em prosa.
E eis que, de novo, o mundo dá lá suas reviravoltas. Segue o poeta em sua nova trilha, consumido pelo medo, num recorrente receio do remorso, remorso esse que não veio e, espera-se que não venha nunca. Eis que o poeta em questão de novo busca o incerto, e reflete se serão todos os homens assim. Parece que aquilo que mais felicidade pode trazer é também o que mais mágoas pode gerar, e o meio termo não serve. Mas é de mágoas que se fazem sonetos, e de sonetos se fazem os sonetistas. O que jaz aqui escrito é o lento assassinato de uma parte do sonetista. É frio, calculado, regrado, paciente, sutil, e ainda assim tomado por sentimentos e uma paixão tamanha por tudo aquilo que se diz e não se entende, numa busca louca por autocompreensão, como quem pede perdão a si mesmo por ir correndo buscar a própria tristeza, e pior, como quem acha a própria tristeza no medo de ser achado por ela. E voltamos aos Móveis Coloniais e ao recorrente medo do receio em si. Ou talvez seja o sonetista inseguro sofrendo pelo medo de sofrer. Não que isso faça algum sentido.
terça-feira, 29 de março de 2011
Noite
E daquela hora silenciosa
Logo antes do despertar do mundo
Tirando a terra de um sono profundo
Traz o tempo outra manhã tenebrosa
Minha dama da noite, preciosa
Que ama tanto a mim, um vagabundo
Que em versos declara um amor sem fundo,
Me abandona em solidão tortuosa
Fecho portanto as cortinas do quarto
A fim de expulsar essa luz mesquinha
Que tanto me perturba em meu conforto
Mas volta co'a noite a minha rainha
Trazendo seu branco brilhar absorto
Clareia meus amores, Lua minha!
Logo antes do despertar do mundo
Tirando a terra de um sono profundo
Traz o tempo outra manhã tenebrosa
Minha dama da noite, preciosa
Que ama tanto a mim, um vagabundo
Que em versos declara um amor sem fundo,
Me abandona em solidão tortuosa
Fecho portanto as cortinas do quarto
A fim de expulsar essa luz mesquinha
Que tanto me perturba em meu conforto
Mas volta co'a noite a minha rainha
Trazendo seu branco brilhar absorto
Clareia meus amores, Lua minha!
quinta-feira, 13 de janeiro de 2011
Idas e Vindas
Deixou os versos o poeta
Esqueceu lá suas velhas rimas
Suas lascas de pensamentos
Agora já nem rimar sabe
Mas é tempo de voltar.
Esqueceu lá suas velhas rimas
Suas lascas de pensamentos
Agora já nem rimar sabe
Mas é tempo de voltar.
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