quarta-feira, 20 de março de 2013

Impulsos - Número Sei lá + 1

Pois ora, quem diria. Vejam só que coisa, vejam só que maravilha. Ou não. Como dia uma determinada personalidade de cabelos cor de rosa, "Ai que infortúnio, moleque idiota. Ninguém liga pra essas coisas que você escreve." Funérea que me perdoe, mas com essa comichão na alma eu não posso fazer nada além de escrever.

Mas que coisa, me perdi. O que eu queria dizer, no fim das contas, é que, não havendo passado sequer uma semana inteira, eis que volta a necessidade desenfreada de vomitar palavras. A velha vontade, dessa vez porém, veio agressiva. Capaz de esfaquear a alma e fazer do sangue as letras. Quiçá seja isso resultado, entre outros fatores, da continua exposição a uns poucos acordes sujos e barulhentos. O punkrock que tanto amo. Que quer que seja, o fato é que quero estilhaçar-me em fragmentos de uma louca e alegre agonia.

Agh! Mas nem eu aguento mais tanto drama. Por que vocês me deixam chegar tão longe e não falam nada? Diabos. Mas o fato é que os dedos perdem o ritmo, as palavras começam a não querer vir. E, no entanto, a cabeça permanece cheia e o peito aflito. Mas, por hora, chega.

quinta-feira, 14 de março de 2013

Impulsos - Número Sei Lá. (De volta à prosa, a poesia que tenha paciência.)

Passado quiçá um ano, embora eu acredite que seja mais do que isso, eis que surge novamente aquele velho incomodo, aquele pressentimento. Aquela velha urgencia que, vinda de algum lugar no fundo do âmago, move os dedos e toda essa conjuntura de músculos a arrastar a caneta através do papel, escrevendo palavras que fazem pouco ou nenhum sentido.

Não que seja um sentimento ruim. É difícil descrever e mesmo entender. Como uma coceira, uma comichão na própria fronteira máxima da consciencia. Algo que está sempre lá e não se pode deixar de notar. Um resto de comida que fica preso entre os dentes, e a lingua luta incessantemente para se livrar daquilo. Nesse caso, são os dedos que escrevem palavras sem parar a fim de fugir de tal agonia. As palavras já estão lá, jogadas ao acaso. O trabalho aqui é justamente encontra-las e fazer com que tomem forma. Como peças de lego espalhadas num quarto escuro, elas machucam, incomodam, mas aos poucos vão passando a ser algo novo, que com sorte, será apreciável. O resultado há de ser um texto como esse, tão cheio de pedaços de mente, pedaços de alma, pedaços de corpo, mas que no fundo traz pouco ou nenhum conteúdo. Impulsos.