Não que seja um sentimento ruim. É difícil descrever e mesmo entender. Como uma coceira, uma comichão na própria fronteira máxima da consciencia. Algo que está sempre lá e não se pode deixar de notar. Um resto de comida que fica preso entre os dentes, e a lingua luta incessantemente para se livrar daquilo. Nesse caso, são os dedos que escrevem palavras sem parar a fim de fugir de tal agonia. As palavras já estão lá, jogadas ao acaso. O trabalho aqui é justamente encontra-las e fazer com que tomem forma. Como peças de lego espalhadas num quarto escuro, elas machucam, incomodam, mas aos poucos vão passando a ser algo novo, que com sorte, será apreciável. O resultado há de ser um texto como esse, tão cheio de pedaços de mente, pedaços de alma, pedaços de corpo, mas que no fundo traz pouco ou nenhum conteúdo. Impulsos.
quinta-feira, 14 de março de 2013
Impulsos - Número Sei Lá. (De volta à prosa, a poesia que tenha paciência.)
Passado quiçá um ano, embora eu acredite que seja mais do que isso, eis que surge novamente aquele velho incomodo, aquele pressentimento. Aquela velha urgencia que, vinda de algum lugar no fundo do âmago, move os dedos e toda essa conjuntura de músculos a arrastar a caneta através do papel, escrevendo palavras que fazem pouco ou nenhum sentido.
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